segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Death Angel - Relentless Retribution

Ano de lançamento: 2010                                       
O DEATH ANGEL desde seu retorno - a banda tinha encerrado suas atividades em 1991 - lançou dois álbuns:  o bom Killing Season (2008) e  o ótimo The Art of Dying (2004). Ambos os álbuns, apesar de terem os "pés" fincados na velha escola do thrash metal da Bay Area, apresentavam outros elementos: toques de punk e até de rock alternativo podem ser conferidos nesses lançamentos. 

 No caso do DEATH ANGEL tais elementos não podem ser vistos como demérito. É até de se espantar que esses álbuns tenham agradado o público mais "old school"  típico fã de heavy metal. Em "Relentless Retribution" os filipinos/americanos resolveram aumentar um pouco a dose dos "novos elementos" apostando em uma sonoridade... um pouco mais moderna. Terá esse lançamento a mesma resposta dos dois álbuns anteriores?


Músicas como "Relentless Revolution" - que abre o álbum - e "Truce" mostram o pesado e rápido DEATH ANGEL de álbuns mais recentes como o "Killing Season", porém a primeira "surpresa" vem nos quase 7 minutos da segunda faixa, chamada "Claws In so deep". Devo dizer que essa faixa me surpreendeu... negativamente. Os vocais limpos soaram estranhos, deslocados e forçados  e o DEATH ANGEL tenta se aproximar do estilo metalcore/thrash de bandas como o TRIVIUM. No que me pareceu uma tentativa forçada e a finalização da música com o uso de violões - com a participação da dupla RODRIGO Y GABRIELA - não funcionou... a sensação é que a peça está deslocada no contexto da música. Contudo, a faixa possui um bom instrumental que não salva. Essa faixa apenas atrapalha, cansa o ouvinte e fica perdida no meio de tantas músicas rápidas. Resumindo: péssima escolha para fazer parte da abertura do álbum.

As demais faixas, em sua maioria seguem um padrão linear, possuindo estruturas convencionais. Riffs como o da intro de "River of rapture" soam previsíveis e, infelizmente, vários deles sofrem esse problema no álbum - o que é uma falha grave tratando-se de thrash metal. "Absence of light"  talvez tenha os riffs mais interessantes do disco - destaco também seu ótimo solo de guitarra, e  é uma faixa bem interessante no geral. O trabalho de bateria do novato Will Carroll é excelente, conduzindo as músicas com maestria.

Resgatando um pouco a veia punk da banda temos faixas como "This Hate" que possui uma excelente e furiosa performance vocal e riffs muito interessantes em seu final. Músicas como "Death on the meek" e Opponents At Sides" trazem de volta a pegada mais moderna para o álbum, em especial a última que não lembra nada que o DEATH ANGEL já tenha feito. Possuindo um refrão bacana e novamente remetendo o TRIVIUM.
"Volcanic" é uma das mais distintas no disco, explico: trata-se de uma balada acústica. Soando como uma tentativa frustrada de refazer "Veil of Deception" (do Act III) e passa longe. "Where they lay" encerra o álbum sem apresentar surpresas  - não possui nada de especial. Soa normal, assim como boa parte das composições do álbum.

O DEATH ANGEL é uma banda "cult" conhecida geralmente pelos apreciadores de metal, apesar de possuir um som que poderia ter sido comercialmente melhor explorado - escute "Act III" (1990) - isso não ocorreu. Tentar novos elementos tendo um público tão "fechado"  é arriscado, porém ao mesmo tempo louvável. O álbum é bem dosado: o experimentalismo é misturado em meio a faixas que não arriscam . O problema é que nenhum dos lados funciona bem, sendo poucas as músicas que se destacam, tudo soa burocrático. Instrumentalmente falando a banda não apresenta problemas: excelente performance. O problema concentra-se na composição em si.

"Relentless Retribution" é um bom álbum, que alterna bons e péssimos momentos... e é apenas isso. Por possuir um flerte maior com o metal moderno talvez arremate mais fãs para a banda. Não existe aqui nenhuma faixa que seja um destaque absoluto e este é o maior ponto fraco do álbum, do mesmo modo que a banda pode ganhar mais fãs a chance de muitos ignorarem esse álbum também é grande.


Nota:
7,0

Músicas-chave:

Formação:
Mark Osegueda - vocais
Ted Aguilar  - guitarras
Rob Cavestany- guitarras
Damien Sisson - baixo
Will Carroll - bateria
 
Tracklist:
1.    Relentless Revolution    04:28
2.    Claws In So Deep    07:44
3.    Truce    03:31   
4.    Into The Arms Of Righteous Anger    04:31   
5.    River Of Rapture    04:35   
6.    Absence Of Light    04:32   
7.    This Hate    03:33   
8.    Death Of The Meek    05:15   
9.    Opponents At Sides    06:21   
10.    I Chose The Sky    04:06   
11.    Volcanic    03:34   
12.    Where They Lay    04:30   


Tempo total:
   56:40 




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2 comentários:

  1. Apesar de curtir o album, em varias faixas tive a mesma impressao do que voce falou, o album está realmente com muitos toques "modernos", mas pra mim nao soa "modernoso", ou seja, ainda consigo ouvir de boa. Achei o album muito "pesado", sendo isso uma parte que gostei bastante. O album é bom, mas longe de ser um classico.

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  2. Pois é, Fernando. Eu gostei do álbum, só que eu estava com as expectativas BEM altas.
    Daí desanimei um pouco, mas continuo com a mesma opinião: é um álbum bom/regular. Ainda acho que eles conseguem lançar algo mais destruidor depois. (:

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