domingo, 22 de abril de 2012

Resenha: Festival Abril Pro Rock 2012 ( 21/04/12 Chevrolet Hall, Recife)

Texto: Thiago Pimentel    -     Fotos: Rafael Passos


Em seus 20 anos de história, completados neste ano, o festival 'Abril Pro Rock' consolidou-se, pouco a pouco, como um dos principais eventos destinados a fãs de rock n' roll no nordeste. Não é pra menos, desde a programação, estrutura e até oficinas / palestras, o 'Abril Pro Rock' evoluira consideravelmente.

Na sua vigésima edição, a 'noite pesada'  - conhecida por agregar bandas de heavy metal, grindcore e punk - do festival seguiu a sua tradicional fórmula com atrações internacionais ("Brujeria", "Cripple Bastards", "Exodus), atrações nacionais ('Ratos de Porão', 'Leptospirose', 'Test', 'Hellbenders')  e regionais ('Pandemmy', 'Firetomb') intercaladas. Todas reunidas em prol de suprir o anseio de música alta, violenta e pesada. Bem pesada.

Da esquerda pra direita: Gary Holt, Lee Altus e Jack Gibson do 'Exodus'

Paul McCartney? Metal Open Air? Não, nem o ex-beatle - que tocou em Recife no mesmo dia - e, muito menos, o pretensioso festival maranhense serviram como empecilho aos presentes. Aliás, sorte de quem optou por não ir neste último: durante a apresentação do 'Ratos de Porão', o icônico apresentador e vocalista João Gordo, fez questão de pôr essa certeza nos presentes. Apesar das estimativas negativas, o público mostrou-se, como sempre, bem fiel e compareceu em bom número no 'Chevrolet Hall' tendo, em média, 7 mil pagantes.

Segue, em ordem decrescente as apresentações, comentários sobre todos os shows do evento.




'Exodus'  e a 'Valsa Tóxica'

Completando oitos anos da primeira - e problemática - apresentação em terras pernambucanas, finalmente os recifenses tiveram oportunidade de conferir o trabalho de um dos pioneiros do thrash metal norte-americano, o "Exodus.

Gary Holt: líder e mentor do "Exodus"

O grupo capitaneado pelo guitarrista - e membro fundador - Gary Holt, entrou no palco disparando duas composições de seus mais recentes trabalhos ("The Exhibit B - The Human Condition"). Apesar da qualidade das músicas, "The Ballad Of Leonard And Charles" e "Beyond the Pale" não provocaram o impacto previsto no público. Após a segunda citada, Rob Dukes (vocalista) daria uma baita bronca em algum segurança na casa permitindo, assim, que alguns presentes fizessem a prática do stage diving. O show seguiria com músicas novas - a exemplo de "Children of Worthless God" -; porém, só a partir da execução de "Piranha" e demais clássicos, vide "A Lesson In Violence" - responsável por abrir as rodas - e, mais a frente, "And there Were None" que a coisa mudaria... 

Entre a execução de "Piranha" e as outras duas músicas citadas - é bom citar que essas pertencem ao antológico 'Bonded by Blood (1985) -, os americanos ainda executaram a excelente "Blacklist" - com direito a o já tradicional momento em que Dukes 'executa' a parte rítmica de Holt durante o solo do guitarrista Lee Altus - e a brutíssima "Deathamphetamine". Entretanto, afirmo novamente, sem a mesma resposta do público. Uma pena, pois são ótimas composições.

Rob Dukes e Gary Holt durante 'Blacklist'; no lado esquerdo, Lee Altus


"Good Friendly Violent Fun!"


O clássico "Fabulous Disaster" contou ainda com a participação de um baterista convidado (Nick Barker?) dando prosseguimento as rodas iniciada em "A Lesson In Violence". A partir desse ponto, destaco uma significativa melhora na qualidade de som da banda. Realmente, no início, estava muito complicado ouvir o vocal de Dukes.


"- Vocês querem algo lento?" - mente o vocalista e, em seguida, a banda emendaria a pesadíssima "War is My Shepherd" - do ótimo Tempo of the Damned (2004). A conclusão da performance, contou ainda com clássicos como "Metal Command", "The Toxic Waltz", "Bonded by Blood" e "Strike of the Beast"




Enfim, uma excelente, digna e, principalmente, violenta apresentação de um dos maiores expoentes deste estilo. Gary Holt segue com as palhetadas em forma e, em conjunto com Lee Altus - que também toca na excelente 'Heathen' -, mostraram o motivo de serem considerados, atualmente, uma das melhores duplas de guitarra do thrash metal. Rob Dukes também mostrou-se um vocalista digno de seus antecessores, agitando e bradando o mais agressivamente possível.






A apresentação do 'Brujeria' fora uma da mais aguardadas dentre a programação do evento. O grupo dos 'disfarçados', que realiza um grindcore em espanhol bem característico - com uma certa dose de metal industrial nos riffs, uma herança do antigo guitarrista Asesino (Dino Cazares) -, passa por um bom hiato de lançamentos. Porém, as composições dos três discos da banda, em especial o clássico "Matando Güeros" (1993), foram suficientes para empolgar a platéia.

Claro que a controversa - e divertida - "Marijuana" (do EP de mesmo nome) não poderia faltar na apresentação dos caras e, em meio a tantas pancadas, soa ainda mais escrachada. Esperemos que a banda lance um novo disco e fique perto de fixar uma formação. Destaco a performance e comunicação de Juan Brujo - que sempre tentava falar com todos do público para formar o seu 'exército'-, a performance de El Cynico (Jeff Walker, do 'Carcass') e, obviamente, a participação surpresa (?) de João Gordo.

Participação de João Gordo no show do 'Brujeria'




Os paulistas do 'RxDxP' podem considerar-se veteranos no evento. Foram mais de três participações no festival pernambucano e, mesmo assim, a banda sempre é recebida com entusiasmo. Paralelamente aos 20 anos do 'Abril Pro Rock', a grupo de hardcore/crossrover comemora 30 de lançamento do clássico "Anarkophobia" e focou o repertório nesse disco. Todavia, houve espaço para clássicos como "Amazônia Nunca Mais", "Agressão/Repressão", "Crianças Sem Futuro" e composições mais recentes - a exemplo de "Testemunhas do Apocalipse" - do último álbum dos caras, 'Homem Inimigo do Homem (2006)'.

Como sempre, uma ótima apresentação, sempre reforçada pela empatia de João Gordo com a platéia - seja cobrando rodas ou 'alfinentando' desde a produção do 'Metal Open Air' a própria acústica da casa -, e, claro, pela energia do grupo em si.



- Cripple Bastards (ITA)



Os italianos do 'Cripple Bastards' executam um grindcore linear e com poucas variações. Deixo claro que isso não é uma crítica direta, pois é a proposta da banda. O repertório foi baseado no último disco do grupo ("Variante alla morte) urrado em italiano. A proposta dos caras, que são veteranos no estilo, é a agressividade latente. O som é direto, na cara. Porém, pelo fato da banda não ser muito conhecida a reação da platéia foi mista.


A transmissão dos shows das bandas acima pode ser conferida no seguinte link:
http://pt-br.justin.tv/abrilprorock2012/b/315745496


- Leptospirose (SP)


A música dos paulistas do 'Leptospirose' é brutal e, principalmente, rápida. Porém, paradoxalmente a essa proposta,  o som dos caras é bem divertido. Assim como a postura de Quique Brown (vocalista e guitarrista) que, por conta do seu visual - que exibe um combo de bigode mais boné vermelho - ainda fora apelido de Mario Bross por alguns presentes.

Brincadeiras a parte, o som da banda, que divulga "Aqua Mad Max", foi bem convincente e acredito que deixou uma boa impressão nos presentes. Tal como nas versões de estúdio, a rapidez das músicas - que ao vivo parecem ainda mais rápidas - aliadas a sujeira - no bom sentido - imperaram na apresentação dessa banda que transita entre o hardcore, thrash metal e grindcore.


- Hellbenders (GO)



Oriundo de Goiânia, o "Hellbenders" realizou uma das apresentações que mais me surpreenderam no festival. Bem, talvez pensei isso porque eu não conhecesse bem o som dos caras. De fato, não pensei em ver uma banda brasileira aqui executando um stoner rock bem pesado - lembrando, como todo bom stoner, o 'Master of Reality' (1973), do 'Black Sabbath'.

Iniciando a apresentação emendando cançõe, lá pela terceira faixa o vocalista/guitarrista Diogo Fleury saudou o público, desculpou-se por uns erros - que erros? - e continuaram a apresentação. Provavelmente os caras estavam bem nervosos, mas isso não foi um grande impecilho. Boa parte do público estranhou a apresentação do grupo que, apesar de investir em um som pesado, enfantiza o peso e climas soturnos ao invés da velocidade desgovernada. Enfim, espero que voltem pro Recife.



- Firetomb (PE)



A segunda atração regional da noite foi uma banda já bem conhecida do público local, o 'Firetomb'. O som da banda é um thrash metal bem old school focado na vertente mais violenta do gênero. Lembram, em muito, bandas como 'Slayer' - principalmente o instrumental. Em sua primeira participação no festival, o 'Firetomb', no geral, fez uma boa performance que apresentou canções do seu debut - o 'Hellvolution' (2010) - como 'Devil Intervention' e o hino ao seu próprio estilo, o thrash metal. Ao meu ver, destacou-se a performance do vocalista  Lucas Moura.


- Test (SP)



Após o anúncio show do 'Test' no telão, alguns estranharam a banda não aparecer no palco e boa parte do público rumando para uma direção contrária. Bem, os paulistas são conhecidos por apresentaram-se em uma kombi! Em terras pernambucanas, os caras arriscaram realizar a apresentação fora do palco, no chão mesmo e assim foi. No geral, a apresentação empolga mais pelo fator experimental e inusitado do que os aspectos comuns a uma performance ao vivo. Quem conseguiu ficar perto, aproveitou mais; quem não conseguiu, dificilmente entendeu.


- Pandemmy (PE)



Realizando a abertura do festival, o quinteto pernambucano de death/thrash metal - que aproveitava a oportunidade para o lançamento do EP 'Dialectic' -, montou um setlist eficiente; além de faixas antigas - como as destruidoras "Idiocracy" e "Point Of No Return" -, inseriram duas composições recentes - "Common is Different than Normal" e "Heralds of The Reckoning". Sendo esta última faixa citada responsável por abrir as primeiras rodas do festival.

Assim como o 'Firetomb', a banda também é bem conhecida pelo público local e, atualmente, vem colhendo frutos de seu trabalho árduo, o 'April Pro Rock' é um destes. Apesar do comum nervosismo inicial, a concentração acabou superando essa adversidade rendendo uma boa e explosiva performance. Para surpresa dos presentes, o grupo ainda encaixaria uma versão para 'Troops of Doom', do Sepultura, que selou de forma eficiente a primeira passagem dos caras no evento.  Uma pena que boa parte do público ainda não tivesse entrado.

*Foto do "Pandemmy" tirada por Chico Peixoto.
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Considerações Finais:

No geral, o evento foi muito bem organizado; houve pouquíssima espera entre a troca de bandas e, no geral, os prazos foram muito bem cumpridos. A cada ano o 'Abril Pro Rock' se consolida mais e, em meios aos atuais escândalos envolvendo um certo festival nordestino, mais uma vez a produção realiza boas escolhas, mostra-se competetente na organização e, mesmo sem ser um festival focado na música pesada, serve de exemplo. Exemplo em um âmbito nacional. Há o que melhorar? Obviamente. Principalmente caso esse dia necessitasse crescer ainda mais. Porém, prefiro ficar com o que está em nossas possibilidades e com uma boa produção/organização...


Além disso, o 'Chevrolet Hall', mais uma vez mostrou-se - dentro da RMR - a melhor escolha para shows do festival,  pois além de possuir uma boa infraestrutura para os pagantes, a casa ainda dispôs um ótimo espaço para merchandising das bandas. Ótimo recurso paras as bandas nacionais.

Roda formada durante performance do 'Ratos de Porão'


Entretanto, sigo questionando a posição e ordem das bandas regionais - e até nacionais - no festival. Porquê, quase sempre, ser uma banda nacional é um pré-requisito pra abrir os shows independente da qualidade? Isso é uma indagação genérica, não retringe-se a este evento. Sinceramente, continuo sem entender. No mais, agradeço a produção do evento - e, nesse sentido, também o Whiplash.Net! - tanto pelo credenciamento quanto pelos bons anos de shows oferecidos ao público pernambucano.

Nota:
Fotos cedidas pela assessoria do evento.

Para informações adicionais, acesse o site do festival:
http://abrilprorock.info/site/

Essa matéria também pode ser vista em:
http://whiplash.net/materias/shows/153144-exodus.html

8 comentários:

  1. Bela resenha Thiago, esse festival parece ter sido foda.

    Dessas bandas aí só ví o Test (na Kombi, no dia do show do Slayer em São Paulo, ano passado) e o Exodus domingo agora...

    Tudo foda

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  2. Valeu pelo comentário, Jonas. Resenhar tantos shows assim foi realmente complicado, pois minhas resenhas costumam focar demais nos detalhes e, nesse caso, fica difícil comentar tudo - até porque o texto fica gigante.

    Em tempo, adicionei uma imagem do Pandemmy - que estava faltando - e coloquei os devidos créditos para o fotógrafo.

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  3. Minha relação com o Abril pro rock transcende (e muito!) a programação de cada ano do evento, haja vista que desde meu primeiro APR (não sei se foi 1999 ou 2000, mas sei que foi o ano do Soulfly), vou a todas as edições em pelo menos uma noite, mais em apoio ao festival que por interesse pelas bandas (algumas edições foram deveras marcantes para mim, outras, bastante apagadas). Após cerca de 10 anos nos quais o rock pesado foi minha vertente privilegiada (sem, contudo, desdenhar de outros estilos), comecei a perder significativamente o interesse por este gênero. A descoberta recente do jazz, somada à minha desilusão com os rumos mais recentes do Opeth (única banda pesada cuja carreira eu permaneci acompanhando nos últimos tempos) só fortaleceu este distanciamento. Não só por isso, mas também pelo caráter eclético do blog, senti falta da cobertura das demais noites do festival (suponho que fostes como pagante e não como jornalista profissional; se não foi este o caso, fica a dica para a cobertura de edições posteriores).
    Embora goste bastante do Los Hermanos não fui na sexta, tanto por já ter comparecido ao show dos caras no pavilhão do Centro de Convenções ano passado, como pelo preço alto do ingresso, mas, sobretudo, por me incomodar com o que me parece um fanatismo algo superficial por parte de muitas pessoas, sobretudo meninas mais jovens. Compareci no sábado por ser minha noite oficial, mas sem grande empolgação; respeito bastante o punk, mas não sou entusiasta; considero Brujeria apenas legalzinho e mesmo o Exodus (banda que curti muito até o “Tempo of the damned”) não me empolga mais. Posso sintetizar meu comentário sobre a noite de sábado da seguinte forma: as bandas foram boas naquilo que se propuseram a fazer, mas, para mim (argumento pessoal e subjetivo), isto (atualmente) é muito pouco; mesmo o Exodus, que nos últimos discos enveredou por músicas mais longas, cadenciadas e quiçá complexas, não chegou propriamente a inovar: não há baladas, músicas instrumentais, experimentalismo. Os instrumentos são sempre os mesmos, enfim. Em uma frase: embora as bandas de rock mais pesado (e muitas de um rock mais leve) possam inovar dentro de seu estilo, dificilmente elas se arriscam verdadeiramente. Dai fica tudo muito homogêneo.

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  4. Gostei muito mais da noite de domingo; embora isto seja vergonhoso, só este ano parei para ouvir Mundo Livre s/a e de cara me apaixonei por seu disco mais recente, que considero o melhor da carreira da banda. Fui p/ vê-los, curti bastante o show (mais diversificado que a soma de todos os shows do sábado) e, de quebra, conhecia uma banda muito legal (também da terrinha), chamada Ska Maria Pastora.
    Penso ser digno de comemoração o grande público que o APR atraiu num FDS em que a competição não se limitava aos shows de Paul McCartney e ao Metal Open Air, mas tbm aos shows de Chico Buarque; porém, lamento que, embora o festival siga revelando (ou ao menos ajudando a divulgar) bandas realmente boas, estas não cheguem a “explodir”, como aconteceu não só com o Los Hermanos, mas com O rappa, Pato Fu, entre outras (o documentário “Abril pro rock – fora do eixo”, sobre o qual escreverei em breve no blog que administro trata disso). Enfim, o evento continua sendo de extrema relevância, mas penso que ele passa por um longo período de transição.

    Em relação ao seu questionamento acerca de sempre ser dado relativo privilegio para as bandas gringas (não no sentido de se desprezar as nacionais e regionais – pelo contrário, pois sempre se investe na divulgação delas –, mas no sentido de que sempre – independentemente da qualidade – tem de ser uma bandas gringa a que fecha a noite), é fácil entender: trata-se da mentalidade brasileira ainda demasiado colonizada; corrija-me se eu estiver enganado, mas o Sepultura precisou ser reconhecido fora para realmente estourar no Brasil. Mas isso não vale só para o metal, nem mesmo só para o âmbito musical. Além disso, quando uma banda nacional (excelente) como Los Hermanos consegue atrair público, muita gente torce o nariz (o público estimado da sexta do APR 2012 foi de 14 mil, ou seja, o dobro do da noite de sábado, embora o valor do ingresso desta última fosse metade do daquela). Em termos mais claros: tal procedimento também me incomoda, mas é, a meus olhos, bastante lógico. Faz todo o sentido, até porque considero o público musical brasileiro (e do metal mais ainda), extremamente conservador.
    Vida longa ao APR; porém, espero que consigam inovar nos próximos anos. Sei que não é fácil, mas é necessário, pois o intento do festival nunca foi lucro e sim efervescência cultural no sentido mais positivo do termo.

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  5. Bons comentários, Alberto. Vou respondê-los por pontos, ok?

    1. Deve haver algum engano em tua lembrança, pois o "Soulfly" nunca tocou aqui no Recife. Inclusive o primeiro show da banda, em terras brasileiras, foi nesse ano de 2012.

    2. Ganhei credencial apenas para o sábado, portanto, resenhei apenas este dia. Não, não deu pra eu comparecer nos outros... isso explica a 'cobertura exclusiva'. De qualquer forma, compreendo seu comentário. Todavia, apenas me concederam para esse dia - até porque a credencial também foi-me concedida por intermédio do Whiplash.Net (um site focado no heavy metal).

    3. Citei apenas estes dois eventos (Paul e MOA), levando em consideração o gosto da grande maioria presente em um evento (dia) de punk/heavy metal. Sem preconceitos, se 10% do público pensou em ir no show do Chico... foi muito. Logo, jornalisticamente falando, seria um dado inútil. Mera encheção de linguiça para o contexto.

    4. Acredito que uma das maiores características do 'Exodus' seja a não inclusão de baladas e, sinceramente, creio que não seja demérito. Vejamos... a banda continua inovando - muito, a propósito - dentro de seu próprio estilo pesado e 'conservador'. Algo para pouco, convenhamos. Contudo, pelo visto, dificilmente você vai notar/apreciar, pois o heavy metal te saturou. Paciência. Assim como o jazz, os apreciadores de heavy são bastante conservadores. Inclusive, se você pesquisar/conversar, vai ver que a maioria dos jazzistas tradicionais não aprovam o jazz fusion.
    Quer uma sugestão de banda bem diferente no metal? Ouça "Cynic".


    Bem, é isso. Obrigado pelas considerações. (:

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  6. Thiago, apenas uma pequena consideração, o Soulfly já tocou sim no Abril, foi no ano 2000

    http://abrilprorock.info/site/abril-pro-rock-2000-programacao/

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    1. Valeu pela consideração, cara. Me equivoquei legal dessa vez! Tinha certeza que o Soulfly não tinha tocado, mas, como eu tinha 10 anos, na época, e não fui pra esse show... acho que já alivia um pouco. Bem, espero que sim Hahha

      Legal que essa foi, praticamente, a única apresentação deles no Brasil em vários anos.

      Abraços.

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  7. Bem,com relação ao Opeth (vou comentar sua resposta lá um dia...) eu estava equivocado, mas não com relação ao Soulfly =)

    Fiz justamente essa ressalva: se vc tivesse ido sem ser do próprio bolso, ok, caso contrário...

    Quanto ao Chico, vc está certo com relação ao público do sábado, mas eu me referia aos três dias do festival; nesse ano foi notório o peso do Los Hermanos: mesmo o ingresso sendo mais que o dobro dos outros dias, o público foi o dobro da noite do metal a qual, porém, não fez feio. Já o domingo é o dia experimental e dificilmente "se paga".

    Conheço o Whiplash e até já postei resenhas lá como usuário (Beto Petrozza), inclusive sobre o Opeth, mas não as vi mais por lá.

    Pelo pouco que sei, os jazzistas tradicionais de fato não consideram o/a fusion nem sequer o free jazz, mas isto é paradoxal, haja vista que o jazz é essencialmente mistura.

    Em suma, me cansa a homegeneidade (mesmo que boa) e por isso a noite pesada do APR cada vez menos me cativa.

    Porém, se um dia Paulo André realizar seu sonho e trouxer o Slayer...

    (postado ao som do magnífico Dizzy Gillespie)

    Do Cynic eu já baixei algo, mas não cheguei a ouvir.

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