Ano de lançamento: 1997
"Puro thrash metal" - Essa frase, apesar de sua simploriedade, define perfeitamente o segundo registro ao vivo - o primeiro havia sido o "Good Friendly Violent Fun" (1989) - da banda de thrash metal norte-americana EXODUS.
No ano de seu lançamento (1997), o thrash metal não tinha a mesma força, na mídia, dos anos 80. Como resultado, várias bandas estavam acabando ou demonstrando indícios de pouca criatividade. Uma combinação de fatores que, normalmente, culminaria no término das atividades dos grupos - como aconteceu com 'Forbidden', por exemplo.
No ano de seu lançamento (1997), o thrash metal não tinha a mesma força, na mídia, dos anos 80. Como resultado, várias bandas estavam acabando ou demonstrando indícios de pouca criatividade. Uma combinação de fatores que, normalmente, culminaria no término das atividades dos grupos - como aconteceu com 'Forbidden', por exemplo.
Em meio a todo esse "caos", o EXODUS promove uma espécie de reunião que contou com boa parte dos membros - Tom Hunting (bateria) e Paul Baloff (vocal) - que gravou o aclamado, e um dos marcos do gênero, "Bonded By Blood" (1985).
"Another Lesson in Violence" foi gravado em São Francisco - lar da banda - e seu setlist compreende o já citado "Bonded By Blood" e o segundo álbum da banda "Pleasures Of The Flesh" (1987); ambos os álbuns contam com a participação de Paul Baloff, o que, em partes, justifica a escolha dos mesmos. A única exceção fica por conta de "Impaler", pois a canção pertence a uma demo antiga da banda que, inclusive, contou com a participação de Kirk Hammett ('Metallica') nas guitarras.
A execução das músicas é excelente, sendo superior a performance de estúdio dos dois álbuns citados. Esse fator torna "Another Lesson in Violence" uma ótima opção, visto que a gravação original - recentemente "Bonded By Blood" fora regravado - não apresenta uma qualidade boa como aqui é apresentada. Apontar os destaques em meio a tantos clássicos absolutos do gênero é uma tarefa complicada, mas posso dizer que "Bonded By Blood" e "Piranha" tem aqui suas versões definitivas. Além dessas, "A Lesson in Violence" é uma das mais empolgantes, e também conta ainda com a participação de Robb Flynn (Machine Head) na guitarra.
A forma como o EXODUS consegue deixar as canções mais encorpadas e ainda mais agressivas chega a ser impressionante - veja como após a intro de "No Love" a banda vem arrebentando com tudo, numa velocidade ainda mais alucinante que a normal -, Gary Holt é definitivamente um dos melhores e mais subestimados guitarristas do thrash metal, suas bases e solos ajudaram a definir o estilo. Além disso, sua performance aqui apenas comprova sua qualidade como guitarrista.
A grande surpresa, na época de lançamento, foi a inclusão de "Impaler" - após a saída de Kirk Hammett nada do que ele ajudou a compor foi aproveitado - visto que tratava-se de uma canção antiga que foi "desenterrada". Hammett, após sua saída do EXODUS, aproveitou alguns dos riffs dessa canção em "Trapped Under Ice", do METALLICA.
Neste álbum podemos compreender, em menores proporcões, o que tornava Paul Baloff tão querido na cena; sua energia é tão intensa que apenas ao anunciar a canção ele consegue passar uma empolgação que vocalistas gabaritados não conseguem, por exemplo.
Bem, verdade seja dita: Paul Baloff não é e nunca foi um grande cantor. Ponto. Contudo, sua importância para o gênero e para o EXODUS, talvez, não possa ser definida em palavras. Paul foi - ele morreu em 2002, vítima de ataque cardíaco - uma espécie de "catalisador", uma das figuras mais carismáticas e loucas da cena. "Another Lesson in Violence" é praticamente o testamento de Baloff - seu último registro com o EXODUS. Claro que seu carisma não compensa sua performance no microfone, que não compromete o registro, mas que é, obviamente limitada, por vezes até amadora. Eis uma síntese de Paul Baloff nos palcos: apenas a representação pura e fiel do estilo. Sem frescuras.
Enfim, "Another Lesson in Violence" é um daqueles álbuns que você pode indicar para quem não conhece nada de thrash metal; tem-se aqui um belo resumo, em vários aspectos, do estilo. Sem baladas e momentos mais calmos - com exceção a intro acústica de "No Love" -, há apenas o mais genuíno, agressivo e, sobretudo, honesto thrash metal da Bay Area. Uma pena que nenhuma música do "Fabulous Disaster" (1988) fora inclusa, talvez o único ponto fraco de "Another Lesson in Violence".
Enfim, "Another Lesson in Violence" é um daqueles álbuns que você pode indicar para quem não conhece nada de thrash metal; tem-se aqui um belo resumo, em vários aspectos, do estilo. Sem baladas e momentos mais calmos - com exceção a intro acústica de "No Love" -, há apenas o mais genuíno, agressivo e, sobretudo, honesto thrash metal da Bay Area. Uma pena que nenhuma música do "Fabulous Disaster" (1988) fora inclusa, talvez o único ponto fraco de "Another Lesson in Violence".
*Como curiosidade vale assistir o documentário “Get Thrashed: The Story of Thrash Metal" que dedica um capítulo inteiro ao Paul Baloff.
Nota:
9,5
Paul Baloff - Vocais
Gary Holt - Guitarra
Rick Hunolt - Guitarra
Jack Gibson - Baixo
Tom Hunting -Bateria
Gary Holt - Guitarra
Rick Hunolt - Guitarra
Jack Gibson - Baixo
Tom Hunting -Bateria
Tracklist:
1. Bonded by Blood 03:34
2. Exodus 04:29
3. Pleasures of the Flesh 08:16
4. And Then There Were None 05:58
5. Piranha 05:42
6. Seeds of Hate 06:00
7. Deliver Us to Evil 08:29
8. Brain Dead 05:22
9. No Love 06:41
10. A Lesson In Violence 05:58
11. Impaler 06:09
12. Strike of the Beast 09:19
2. Exodus 04:29
3. Pleasures of the Flesh 08:16
4. And Then There Were None 05:58
5. Piranha 05:42
6. Seeds of Hate 06:00
7. Deliver Us to Evil 08:29
8. Brain Dead 05:22
9. No Love 06:41
10. A Lesson In Violence 05:58
11. Impaler 06:09
12. Strike of the Beast 09:19
Tempo total: 01:15:57
*Esta matéria também pode ser vista em:
Tenho este disco original, comprado na saudosa B-side, numa época em que eu não conhecia o Exodus. Que falar deste disco? Talvez O melhor ao vivo da história, tendo em vista a ABSURDA qualidade de gravação; não que a execução e empolgação não sejam tbm excelentes, mas há outros discos ao vivo a altura deste neste quesito, mas não no da qualidade de gravação. Como foi bem descrito na resenha, a qualidade de gravação do debut "Bonded by blood" é sofrivel, de modo que temos a situação peculiar de registros ao vivo superiores em termos de gravação (!) a versões de estúdio.
ResponderExcluirQuanto ao Baloff, eu definiria da seguinte forma sua performance: vocalista flagrantemente limitado, mas frontman dos melhores da história do metal. Não só a apresentação de "Piranha", mas tbm a de "Strike of the beast" causam arrepido LITERALMENTE.
Por fim, além das músicas destacadas na resenha, não se pode esquecer de "Pleasure of the flesh": que música, que versão! Pena que os caras fizeram aquela cagada histórica no show em Recife em 2004.