Depois de quatro anos, o último show em terras pernambucanas havia sido realizado em 2007, eis que o Recife recebe o trio - hoje, com a inclusão de teclados, um quarteto, na verdade - de hard rock paulista "Dr. Sin". A banda divulga o seu último álbum, "Animal".
Um pequeno 'parênteses' antes da resenha em si:
Após ler o anúncio do local do evento perguntei-me: - será que o Burburinho comportará decentemente o público para este show? Explico as razões da minha indagação: devido ao fato (recente) do "Bomber Rock Bar" fechar as portas, houve uma migração, dos shows lá realizados, para o "Bar do Burburinho" - um bar mais tradicional cuja localização foi a mesma do finado Bomber: o bairro do Recife. A estrutura Bomber, apesar de também ser um local de espaço limitado, era superior ao primeiro andar do Burburinho e espero, sinceramente, que o uso desse bar, como opção para shows do estilo, seja um paliativo ou que, ao menos, os eventos de porte médio, como este, ocorram no "Clube Português" ou no "Clube Internacional". Um fator a ser levado em consideração foi o preço do evento, afinal 30 reais foi um valor acima do esperado para o local em si.
Após os shows de abertura (leia mais informações no fim), finalmente Andria Busic (vocal/baixo), Ivan Busic (bateria/vocal), Edu Ardanuy (guitarra) e, agregado ao grupo, Rodrigo Simão (teclado) iniciavam a apresentação, que foi realizada com o hard rock a lá "Van Halen" de "Animal". Responsável pela abertura do álbum de mesmo nome, a música de refrão simples empolgou a todos, a essa altura o primeiro andar do Burburinho estava lotado, que aguardavam os músicos paulistas.
De imediato a técnica absurda de Ardanuy impressionou os presentes. O contraste da dificuldade de execução dos seus riffs e solos, se comparados com a incrível facilidade com que ele os executa, é realmente motivo para impressionar-se.
De imediato a técnica absurda de Ardanuy impressionou os presentes. O contraste da dificuldade de execução dos seus riffs e solos, se comparados com a incrível facilidade com que ele os executa, é realmente motivo para impressionar-se.
Logo depois de concluir a faixa, Andria sauda o público e faz um comentário sobre a falta de shows do grupo no Recife nesses últimos anos, mas a conversa não é longa: Ivan logo emenda, na bateria, a clássica introdução de "Fly Away" - composição presente no álbum "Dr. Sin II" (2002) - que ainda contou com uma pequena jam em seu ínicio. Que refrão esta música possui! Para alegria da banda, ele foi entoado pela maioria dos presentes, deixando os membros do "Dr. Sin" visivelmente satisfeitos.
Faço uma pequena observação: prefiro as músicas do "Dr. Sin II" com o próprio Andria nos vocais, ao invés do americano Michael Vescera (responsável pela gravação original dos vocais no disco). Essa performance só solidificou minha opinião.
Faço uma pequena observação: prefiro as músicas do "Dr. Sin II" com o próprio Andria nos vocais, ao invés do americano Michael Vescera (responsável pela gravação original dos vocais no disco). Essa performance só solidificou minha opinião.
A apresentação segue com a recente "Lady Lust". Divergindo da primeira faixa do show, "Lady Lust" possui menos velocidade e um foco maior no peso. Destaque para a sessão instrumental, lá para o meio da canção, com Andria sobressaindo-se em ótimas linhas de baixo, sempre bem acompanhado de seu irmão (Ivan).
Logo após, o riff de guitarra rápido e esquizofrênico - heavy metal? hard rock? funk? ou tudo isso? - denuncia uma das canções mais clássicas do grupo: "Fire" - do álbum "Brutal" (1995). Como de praxe, Andria deixou parte do refrão sob responsabilidade da platéia. No geral, uma ótima execução. Pena que, durante uma das melhores passagens do solo - os arpeggios iniciais -, o teclado sobressaiu-se além do esperado sobre o som da guitarra que, mesmo após esse trecho, continuou um tanto baixa. Uma pena.
Logo após, o riff de guitarra rápido e esquizofrênico - heavy metal? hard rock? funk? ou tudo isso? - denuncia uma das canções mais clássicas do grupo: "Fire" - do álbum "Brutal" (1995). Como de praxe, Andria deixou parte do refrão sob responsabilidade da platéia. No geral, uma ótima execução. Pena que, durante uma das melhores passagens do solo - os arpeggios iniciais -, o teclado sobressaiu-se além do esperado sobre o som da guitarra que, mesmo após esse trecho, continuou um tanto baixa. Uma pena.
" - Vocês podem tornar seus sonhos em realidade", com esta frase, ou algo próximo a isto, a banda voltou ao disco de 2002 e fez o público cantar o refrão da ótima, e quase uma canção de auto-ajuda, "Miracles". Depois de encerrar a música, Ivan solta um emocionado discurso dedicado ao, já falecido, vocalista Ronnie James Dio. Com isso denunciam a execução de "The King" - música pertecente ao "Animal". Música esta que trata-se de uma homenagem ao "rei do rock n' roll". Emendando com conclusão da faixa, Ardanuy ainda executou uma 'palhinha' do riff introdutório da clássica "Stand Up And Shout" - presente no disco "Holy Diver", do Dio. Bela forma de homenagear um dos 'maiores baixinhos' da música pesada.
Chega a hora dos clássicos e, para comemorar os 20 anos de banda, o "Dr. Sin" segue com "Howlin' in the Shadows" do debut dos caras. Trata-se de uma faixa clássica, mas que, na minha opinião, não teve uma resposta, por parte do público, esperada. " - Vocês conhecem o Insinity?", diz Ivan. Ardanuy logo executa umas notas que ameaçam a introdução de "Zero" e, para minha surpresa, eu estava certo. Esta foi a primeira surpresa do setlist do show que, até então, não havia apresentado muitas variações - se comparados a shows anteriores dessa turnê, claro. Ótima execução e esse solo de Ardanuy emociona; sem dúvidas um dos mais belos que ele já compôs.
Mais clássicos estão por vir, e o público clama por "Stone Cold Dead" - do debut. Andria até 'ameaça', no baixo, algumas notas do riff inicial da música pedida... mas a apresentação segue com o primeiro e, infelizmente, um dos poucos, hits do grupo: "Emotional Catastrophe". Esta acompanhada, felizmente, de uma ótima resposta do público. O show tem seu andamento garantido com a pesada "Nomad" - do álbum Bravo (2007) -, faixa que possui um dos riffs mais legais já feitos por Ardanuy.
Prestes a encerrar o set tradicional, a banda anuncia a execução de "Those Days" dando umas "alfinetadas" na situação atual, para 'sobrevivência', dos músicos de rock/heavy metal na mídia. Das canções do "Animal", essa foi a que teve uma das respostas menos empolgantes por parte do público - mesmo contando com um excelente refrão.
Prestes a encerrar o set tradicional, a banda anuncia a execução de "Those Days" dando umas "alfinetadas" na situação atual, para 'sobrevivência', dos músicos de rock/heavy metal na mídia. Das canções do "Animal", essa foi a que teve uma das respostas menos empolgantes por parte do público - mesmo contando com um excelente refrão.
"quem tem boca vai a Roma, quem tem buceta dá a volta a ao mundo!"
"(...) porque brigar por futebol é falta de buceta!"
Enfim, um show excelente. A qualidade dos músicos não merece ser nem questionada, além de técnica há empolgação, energia e vontade. Faltaram algumas músicas? Sim, senti falta de "Isolated", "Sometimes", "Time After Time" e tantas outras... Mas o set foi bem distribuido não há motivos para muitas reclamações.
Em suma, presenciamos uma verdadeira apresentação de rock n' roll de uma das melhores, senão a melhor, banda tocando esse estilo no Brasil e que, apesar de parecer clichê repetir isso, merece mais reconhecimento. Lamento o fato de tocarem em um lugar tão apertado como o Burburinho e o som não ter contribuido em diversos momentos; espero revê-los sob melhores condições e, de preferência, sem um jogo de luzes que desperte ataques de epilepsia nos presentes...
Em suma, presenciamos uma verdadeira apresentação de rock n' roll de uma das melhores, senão a melhor, banda tocando esse estilo no Brasil e que, apesar de parecer clichê repetir isso, merece mais reconhecimento. Lamento o fato de tocarem em um lugar tão apertado como o Burburinho e o som não ter contribuido em diversos momentos; espero revê-los sob melhores condições e, de preferência, sem um jogo de luzes que desperte ataques de epilepsia nos presentes...
Abertura:
Além do "Dr. Sin", houve participação de três bandas pernambucanas no evento: o "Kriver"; tocando um heavy/hard bem energético, o "Rush Cover"; que apesar de vários problemas fez um ótimo show e o "EvilGeist"; que divergiu de todas as bandas por executar um som mais agressivo, porém também realizaram uma boa apresentação.
Fotos por:
Eduardo Germínio
Formação:
Andria Busic - vocais e baixo
Ivan Busic - bateria e vocais
Edu Ardanuy - guitarras
Rodrigo Simão - teclados
Setlist:
01. Animal
02. Fly away
03. Lady Lust
04. Fire
05. Miracles
06. The King
07. Howlin' In The Shadows
08. Zero
09. Emotional Catastrophe
10. Nomad
11. Those Days
12. Shed Your Skin
02. Fly away
03. Lady Lust
04. Fire
05. Miracles
06. The King
07. Howlin' In The Shadows
08. Zero
09. Emotional Catastrophe
10. Nomad
11. Those Days
12. Shed Your Skin
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13. Jump / Jam14. Futebol, Mulher e Rock'n'Roll
*Esta matéria também pode ser vista em:
http://whiplash.net/materias/shows/143696-drsin.html
Mais uma ótima resenha, Thiagão.
ResponderExcluirComeçando pelo fim, achei muito legal terem três bandas de abertura, isso transforma o "evento" em algo grande, e proporciona mais diversão pra quem ta la. Ainda mais se o preço for salgado...hehehe.
Poxa, os caras não tocaram Isolated. Considero essa um dos grandes clássicos da banda, algo que não poderia faltar. Outra que na minha opinião nunca deveria sair do repertório é The Fire Burns Cold. Mas felizmente estão tocando Zero, que como as outras, considero um clássico, realmente uma das minhas favoritas da banda.
Não é clichê dizer que o Dr Sin merece mais reconhecimento, isso é a verdade. Considero uma das melhores bandas nacionais, no mesmo patamar de grandes bandas internacionais.
Espero um dia ainda poder ir num show dos caras, vendo videos pela net e o DVD "10 Anos", deve ser muito foda.
Opa, valeu pelo comentário, Fernando.
ResponderExcluirTomei até um susto aqui; enviei a resenha sem querer em meio ao meu autismo na madrugada. Hahah Minha intenção era deixar nos rascunhos. Vou revisar o texto e, talvez, alterar algumas coisas.
Mas sim, eu concordo contigo. A cena aqui no Recife tem várias bandas, é bom dar uma chance pro pessoal. Inclusive achei ruim eu ter falado pouco sobre, só fiz isso pro texto não ficar imenso.
Bem, A Zero não é uma constante no set dessa tour... eles trocaram Isolated por ela. Mas foi um puta show, cara. Você não consegue reclamar. Espero que você assista um ainda, e em melhores condições, claro.
Abraços.
Muito Boa Matéria Thiago. Eu Nem Sabia Que o Bomber Tinha Acabado, e Realmente o Burburinho Não é Local Para o Dr. Sin.
ResponderExcluirVou te Mandar uma fotos do Show que Colocaram no Facebook.
ResponderExcluirAchei que tinha comentido contigo a respeito do Bomber lá no dia do show.
ResponderExcluirTranquilo, cara. Mas, se der, me da o nome das pessoas pra eu colocar nos créditos. (:
Massa a resenha, cara! Esse show realmente foi muito rochedo, apesar de ter saído surdo de um ouvido por causa do teclado exagerado, a aprensentação em si foi muito foda! As bandas de abertura foram muito boas, a banda cover do Rush soube usar bem o setlist com a falta de teclado, e o Evilgeist foi tudo que os orfãos do Chaosphere estavam esperando!
ResponderExcluirO teclado não foi nada se comparado com aquelas LUZES DO CÃO. Vamos sugerir, pra organização do Burburinho, que distribuam óculos escuros na entrada. Hahhahahaha
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