terça-feira, 20 de março de 2012

Apresentando: Pandemmy [ + download]

Atual  formação do 'Pandemmy'
Oriundo do Recife, o 'Pandemmy' é uma banda relativamente nova e promissora que já arrisca seus primeiros passos para uma possível projeção nacional. Para isso, apostam em um heavy metal extremo e direto que flerta tanto com o thrash quanto com o death metal, entretanto sem dispensar influências e elementos inusitados que, muitas vezes, são atípicos a brutalidade desse estilo.

O quinteto, formado por Rafael Gorga (vocais), Pedro Valença (guitarra), Diego Lacerda (guitarra), Augusto Ferrer (baixo) e Ricardo Lira (bateria), mantém seu currículo em constante atualização acrescentando, aos poucos, feitos importantes em suas carreiras. Dentre tais feitos, merecem ser mencionados: a participação no festival 'Roça n' Roll', em Varginha (MG) - após vencerem a seletiva regional do Wacken, organizado pela revista 'Roadie Crew' -; a abertura para as bandas 'Belphegor' e 'Ragnarok', em show realizado no Recife em 2011 e, mais recentemente; a inclusão no cast da vigésima edição de um dos festivais mais clássicos de Pernambuco, o 'Abril Pro Rock'.
Diego Lacerda (e) e Rafasel Gorga (d) durante o Roça N' Roll
"Foi uma experiência sensacional para nós, que somos relativamente novos na cena. Conhecemos grandes músicos, aprendemos muito, e, além disso, poder levantar a bandeira mostrando nosso som e representar Pernambuco perante bandas de todo o Brasil foi incrível. (...) O fato de termos sido escolhidos para tal é uma grande prova de que nosso trabalho árduo está rendendo excelentes frutos", diz Rafael Gorga sobre a experiência no festival 'Roça N' Roll'.

Com dois registros lançados - a demo 'Self-Destruction' (2010) e o EP 'Idiocracy' (2011), sendo específico -, o 'Pandemmy' já demonstra o embrião do que pode vir a ser uma carreira sólida. "Produzimos uma sonoridade agressiva, mesclando partes rápidas com outras mais cadenciadas. Nossas letras possuem críticas aos problemas atuais da sociedade e, algumas vezes, temas mais abstratos, tudo de forma reflexiva", explica Pedro Valença.

Adianto: há mais prós do que contras - sim, são trabalhos bem iniciais e eles existem - em ambos os registros; mas, além da nítida evolução instrumental do primeiro para o segundo lançamento, nota-se um esmero nos arranjos e em detalhes das composições. Por exemplo, a concepção lírica, uso de melodias e, principalmente, o cuidado na produção/execução dos vocais, realizados por Rafael Gorga, indicam o diferencial desse quinteto pernambucano.




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"Self-Destruction" (Demo)

O primeiro registro do grupo marca mais pela garra e agressividade do que pela produção ou execução técnica. Aqui o "Pandemmy" deixa claro - em composições como a faixa-título e "In Front of Death", por exemplo - que o foco da banda são os riffs de guitarra e os vocais, tudo em prol da agressividade óbvia ao estilo extremo praticado pelo quinteto. "Levo algumas músicas ou algum bloco com riffs que compus em casa para o estúdio de ensaio", conta Pedro Valença. A declaração de Valença deixa óbvio o que as canções do "Pandemmy" já denunciam e, atualmente, anda raro no metal: composições baseadas em riffs de guitarra e com linhas de baixo que, embora não sejam 'mirabolantemente' técnicas, estão bem presentes, são audíveis. 

Entretanto, as estruturas musicais do "Pandemmy" são simples e, como já foi dito, destacam bastante os refrões de forma que o som da banda soa tão direto e honesto que, ao ouvir a demo, imagina-se a banda ao vivo. Sendo este o principal ponto positivo de "Self- Destruction". 

Citando alguns contras, começando pelos que chamam mais atenção, existem as linhas e a execução da bateria em si que, embora não atrapalhe, não acrescentam o tanto de peso que a banda necessita; os solos de guitarra, que ainda não soam tão trabalhados e produzidos; a falta de elementos originais, as influências das bandas (que são muitas, mas aqui parecem poucas) aparecem, repetidamente, em vários momentos da demo.


Tracklist:

1. Self Destruction 03:32  
2. In Front of Death 03:23  
3. Heretic Life 03:46  
4. Burn My Clan (The Lines of Violence) 03:17

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"Idiocracy" (EP)

"Idiocracy" marca algo significativo na história do "Pandemmy": o momento em que os demais membros, em especial Rafael Gorga, mais contribuiram para as composições da banda. No lançamento anterior, boa parte das faixas, com exceção a "Burn My Clan (The Lines of Violence)", foram assinadas 100% por Pedro Valença sendo algumas músicas resultados de experiências antigas do músico antes de iniciar este projeto. Ou seja, "Idiocracy" é o verdadeiro 'ponto de partida' do "Pandemmy" e pedradas como "Evolution of A Lost Society - que abre o disco - e a 'desgraceira' da faixa-título evidenciam a experiência adquirida pelos seus integrantes.

Além das citadas, músicas como "The Price of Dignity" e "Through Twisted Paths" destacam-se mostrando, inclusive, influências do folk metal europeu em algumas linhas melódicas. A trabalhada arte da capa, realizada pelo designer Alcides Burn, ilustra tanto a violentíssimo conceito da letra de "Idiocracy" quanto o amadurecimento da banda que, por problemas de força maior, ainda contou com a ajuda de Magno Lima (Cangaço) para a gravação das linhas de baixo. 

Assim como o instrumental em si, as letras de "Idiocracy" foram mais trabalhadas: "Basicamente, creio que um som carregado de agressividade e adensamento torna-se ainda mais forte ao andar lado a lado com uma mensagem ácida (e vice-versa!). Nossa mensagem, salvo momentos de abstração, é carregada de alfinetadas. Acredito, também, que uma boa crítica sócio-política (ou de qualquer forma fundada no comportamento humano) deve ter dinâmica e embasamento tanto no passado quanto no presente", revela Rafael Gorga.

Após a gravação de "Idiocracy", Fausto Pietro sai da banda, por questões técnicas e divergências pessoais, e é substituido pelo baterista Ricardo Lira. Em suma, "Idiocracy" mostra que o "Pandemmy" quer e, o mais importante, está evoluindo eliminando, assim, vários dos pontos negativos anteriores, além de acrescentar aspectos positivos a sua obra.

Tracklist:
1. Involution of a Lost Society 04:03  
2. Idiocracy 03:37  
3. The Price of Dignity 04:35   
4. Point of No Return 04:05  
5. Through Twisted Paths 04:38
6. Titan of the Void 03:38

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- "Dialectic" (EP)

De acordo com os membros do "Pandemmy", o próximo registro da banda - o EP "Dialectic" - já foi gravado, e antecederá o lançamento do debut do grupo. A razão para isso é que, provavelmente, o álbum ficará pronto apenas em 2013 e o "Pandemmy", optando por lançar esse EP, continuará oferecendo material ainda este ano. Sendo assim a espera será mais branda e "Dialectic" funcionará como uma prévia do primeiro álbum do quinteto. Ainda de acordo com a banda, haverá novidades no som do grupo, como a inclusão de elementos de doom metal e passagens acústicas. Todavia, apenas uma faixa de "Dialectic" - 'Common is Different Than Normal' - constará na estréia definitiva do grupo.

 Confira o making of do EP:


"Em termos mais simples, a música pesada ajuda o ouvinte a sentir como se houvesse, digamos, um dedo vindo de um locutor invisível apontado para ele, dizendo-lhe de forma dura e concisa o quão ruim as coisas estão, e o que ele pode mudar tanto em si quanto nos outros para melhorar",  finaliza Gorga.

Pedro Valença, Augusto Ferrer, Rafael Gorga e Diego Lacerda (da esquerda para direita) no 'Roça N' Roll'


Informações adicionais:
http://pandemmy.blogspot.com.br

2 comentários:

  1. interessante matéria. /,,/

    http://morenometalunion.blogspot.com.br/

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  2. Obrigado Thiago Pimentel por fazer dessa matéria um ótimo resumo da nossa curta carreira e da nossa sonoridade.

    Pedro Valença.

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