Em seus mais de 30 anos de história, o Loudness se consolidou como um dos principais expoentes e pioneiros do heavy metal nipônico.
E sim, mesmo com os principais integrantes passando da casa dos 40 anos, o Loudness segue como uma das bandas mais relevantes do Japão. Discos expressivos – dentro da realidade do cenário, claro – como "Thunder in the East", de 1985, garantiram tanto a longevidade da banda quanto uma exposição e alcance para além do oriente.
E sim, mesmo com os principais integrantes passando da casa dos 40 anos, o Loudness segue como uma das bandas mais relevantes do Japão. Discos expressivos – dentro da realidade do cenário, claro – como "Thunder in the East", de 1985, garantiram tanto a longevidade da banda quanto uma exposição e alcance para além do oriente.
Na extensa discografia do grupo, a formação estável sempre foi um chamariz aos curiosos e motivo de orgulho para os fãs. Entretanto, a saída do vocalista Minoru Niihara, no final dos anos 80, configurara a primeira mudança de formação dos japoneses – em vários anos, foi a única, na verdade. Para felicidade de seus apreciadores, Niihara regressaria ao seu posto e, por alguns anos, a banda manteria sua formação original; mas, infelizmente, Munetaka Higuchi (baterista) viria a falecer, em 2008, vítima de um câncer de fígado.
>> Texto escrito, também, para o site Van do Halen
Desde a morte de Higuchi, a banda já lançara três discos, sendo um deles póstumo – "The Everlasting", de 2009 – e os outros dois com Masayuki "Ampan" Suzuki comandando as baquetas. Além de manter a boa sequência de lançamentos (média de um disco por ano), "2・0・1・2" marca como o terceiro disco sem contribuições de Higuchi.
"The Stronger" abre o disco com uma boa gama de guitarras executadas bem executadas por Akira Takasaki. Aliás, como toca o sujeito! No geral, "The Stronger" é um heavy metal direto com elementos modernos, guitarras rapidíssimas e agressivas. Em seguida, temos "2012~End of the Age" que, logo em seu riff de introdução, torna as coisas mais interessantes e, inclusive, mostra os japoneses usando mais recursos modernos como o breakdown, por exemplo. Mas sem, claro, abandonar os tradicionais riffs velozes. Destaque para as seções de solo de Takasaki e para a performance, nos vocais, de Minoru Niihara.
A velocidade anunciada na primeira música diminui em "Break New Ground" – que apresenta riffs bem interessantes – e retorna, em partes, durante "Driving Force". Exibindo um destaque ainda maior para o baixo de Masayoshi Yamashita, esta última citada acentua as doses de groove da banda. Sem dúvidas, uma das mais interessantes do disco, adianto. O solo de guitarra, na sua conclusão, também é um grande momento; dessa vez Takasaki aposta mais em melodias e cadências, apesar do tradicional shred.
As tendências modernas continuam nas próximas faixas ("Behind the Scene" e "Bang 'em Dead") que, inclusive, conta com passagens que lembram o thrash metal cheio de groove de bandas como o Death Angel, por exemplo. "Bang 'em Dead" conta ainda com os riffs e refrões mais agressivos do disco, bastante recomendada.
Como uma banda oitentista, é natural imaginar que os músicos do Loudness apreciassem o trabalho do cantor americano Ronnie James Dio. Pois então, a homenagem dos japoneses aparece na cadenciada sétima composição deste trabalho. Intitulada "The Voice of Metal", a canção é uma homenagem digna, embora deva um pouco em termos vocais – Minoru Niihara aparenta cantar em seu limite. O peso ainda regressa na arrastada "Who the Hell Cares" que, logo em seguida, é complementada pela breve instrumental, onde o baterista se destaca,"Spirit From The East".
Em sua conclusão, "2・0・1・2" conta com duas faixas: "Momento Mori", que alterna bons e maus momentos e a instrumental ambiente "Out of the Space" – composição curta e experimental com melodias orientais destacadas. A versão especial do disco conta ainda com a boa "Deep-Six The Law" como faixa bônus. A música retoma algumas influências roqueiras da banda e, na minha opinião, poderia fazer parte do repertório tradicional do disco.
"2・0・1・2" é um trabalho que traz a bagagem tradicional da banda e, ao mesmo tempo, sobrepõe isto a uma roupagem moderna, não exagerada – pessoalmente, vi como algo bem vindo. Levando em consideração o fato dos japoneses adorarem misturas (algumas bem excêntricas), estas composições soam realmente tradicionais para uma banda do oriente. Claro, o disco possui alguns tropeços, mas, no geral, trata-se de um ótimo álbum. Recomendado para fãs de heavy metal tradicional que tenham a cabeça mais aberta para elementos modernos e, claro, para os fãs de solos ultra-rápidos-fritados. Ah, ignore a capa do álbum.
Músicas-chave:
"Driving Force" ; "2012~End of the Age" ; "Bang 'em Dead"
Formação:
Minoru Niihara – vocais
Akira Takasaki – guitarras
Masayoshi Yamashita – baixo
Masayuki "Ampan" Suzuki – bateria
Tracklist:
Este texto também pode ser acessado em:
http://www.vandohalen.com.br/unindo-o-tradicional-e-o-moderno-em-2%e3%83%bb0%e3%83%bb1%e3%83%bb2/
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Conheço pouco, ou quase nada da banda, mas peguei esse álbum e achei interessante. Curti bastante o vocal logo de cara. Ja conhecia um pouco sobre o Akira, pois ja tinha visto exercício e solos dele em revistas de guitarra, e realmente o cara toca muito. Vale conferir o álbum.
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