2011 - No mês de dezembro, escrevi um texto sobre uma das bandas mais significativas do heavy metal pernambucano, o Chaosphere. Naquela época, o texto visava divulgar o legado de um grupo que, no seu tempo, injetou ânimo a cena recifense criando um material promissor – como, por exemplo, o excelente "Hell is Here", de 2007. No entanto, nunca esperei ou sequer cogitei um retorno da banda. Ainda bem que eu estava enganado.
Um ano se passara e qual foi a minha surpresa ao receber, após todo esse tempo, um email de André Lyra – principal compositor do grupo – me comunicando o regresso do Chaosphere e, além disso, contando-me algumas novidades a respeito da banda. Não pude desperdiçar a oportunidade de trocar algumas palavras com o músico – atualmente, responsável pelas guitarras e vocais da grupo – e o resultado está aqui de forma objetiva e curta. Um pouco diferente das entrevistas que faço aqui, é verdade; mas, condizente com o contexto da banda que tem sua volta oficial nesta sexta-feira (21), no Recife, em companhia de algumas outros grupos de heavy metal.
Hangover-Music: Conte-me um pouco sobre a volta da banda. Afinal, o que motivou você a colocar o Chaosphere, novamente, na ativa?
André Lyra: Desde 2008, quando a banda acabou, continuei a compor ativamente. Os nossos fãs sentiam-se frustrados pelo fato do Chaosphere ter encerrado as atividades assim que gravou o seu primeiro disco, sem ter feito sequer um show oficial de lançamento do álbum – eu também me sentia assim. Parei para analisar o material que tinha composto, e cheguei a conclusão que era como se o Chaosphere ainda existisse, só precisava das pessoas certas para compor o grupo. No geral, a essência estava viva e esse foi o ponto principal que me levou a acreditar nessa volta.
HM: A volta oficial, nesse sábado, promete ser especial. Como partiu essa ideia? O que o publico poderá esperar nessa apresentação?
André Lyra: O show do dia 21 será muito especial para nós. Além de ser o show do "fim do mundo" (risos), é o show da volta da banda. A ideia de organizarmos esse festival foi conjunta entre a produtora/parceira Alive, que tem grande know how em shows de heavy metal, e a banda. Eu havia criado o conceito e organizado o primeiro Chaosfest, que foi um evento de sucesso no passado, além de importante tanto para as bandas que participaram quanto para o público. Finalmente resolvermos dar vida a segunda edição do evento, convidando grandes bandas do cenário metálico recifense, grupos novos e o Shadowside de São Paulo, que vem numa trajetória ascendente. Toda essa mistura parece ser muito interessante para todos. Estamos empolgados e, com relação a nossa apresentação, a audiência pode esperar muita energia, clássicos da banda, material novo e algumas surpresas. Garanto: será imperdível!
HM: Atualmente, você executa os vocais e, agora, toca guitarra (nos primórdios, Lyra foi apenas baixista). O que causou essa mudança?
AL: Apesar de ser um baixista por natureza, eu sempre compus as músicas da banda na guitarra. Gosto do instrumento, apesar de não ser um expert. Bem, cheguei a fazer um projeto intitulado Evilgeist, onde, além da guitarra, me aventurei nos vocais. Fui ganhando confiança com o tempo e com a pratica. Quando fizemos o show com o Dr Sin, em 2011, e cantei algumas músicas do Chaosphere, percebi que tinha capacidade de assumir definitivamente os vocais na banda.
HM: Apesar de não ter sido lançado oficialmente, o disco 'Hell is Here' recebe, até hoje, boas críticas. E agora, como será o novo direcionamento da banda? Quais as pretensões da banda para 2013?
AL: O "Hell is Here" é um trabalho do qual me orgulho muito. Posso dizer que é um disco que ouço como fã. Bom, após o show, vamos focar na gravação de um EP – a ser lançado logo no início de 2013. Tenho muitas composições prontas e os novos membros (Artur Lira, na bateria; Lucas Reis, na guitarra; Leonardo Cabral, baixo) são muito participativos também. Queremos fazer muitos shows e ir mostrando paulatinamente as novas composições do Chaosphere. No geral, acho que será um período frutífero para a banda. A nossa maior pretensão é gravarmos o segundo disco do Chaos' em 2013. Que venha logo o "fim do mundo" (risos)!
HM: Como está a relação da banda com os antigos membros? Algum deles já manifestou apoio em relação a volta do Chaosphere?
AL: Dos 548 membros que passaram pelo Chaosphere, sou amigo da maioria deles e tenho grande admiração por todos. Antonio (Araújo, ex-vocalista e guitarrista da banda) expressou grande satisfação com esse retorno e, se estiver em Recife na ocasião do show, irá comparecer. Antonio me acompanhou desde o início do Chaosphere, então é realmente uma opinião muito importante e que me deixa feliz. Gostaria que todos os ex-membros se sentissem assim e comparecessem no show.
HM: Aproveitando, quais motivos levaram a separação da banda e, consequentemente, esse período em hiato?
AL: Resumidamente, desgaste, aliado a imaturidade. Todos nos dedicamos a outros afazeres (família, filhos, trabalho, etc.) nesse período de hiato.
HM: Desde o primeiro Chaosfest, o que mudou no cenário pernambucano?
AL: Houveram muitas mudanças. Eu vejo que surgiram muitas bandas novas e que são, também, boas. Esses grupos estão mais profissionais, de uma maneira geral, e soando ultra bem ao vivo. Isso não acontecia com frequência antigamente. Com relação ao público, noto que diminui. Tem muitas caras novas, o que é bom, mas a assiduidade nos shows não é a mesma. Espero que esse show ajude a dar uma sacudida na cena e convido todos a prestarem atenção nas novas bandas (Dune Hill, Dreamon e Face of Dreams) que irão se apresentar no Chaosfest!
HM: Para encerrar, conte-me um pouco sobre o conceito da nova composição da banda, a Mission 666.
HM: André, agradeço pela entrevista!
AL: Muito obrigado pela entrevista Thiago! Que o Hangover tenha vida longa! Convido todos os headbangers de Recife para o Chaosfest. Tenho certeza que será uma noite memorável para todos. See you.
Hangover-Music: Conte-me um pouco sobre a volta da banda. Afinal, o que motivou você a colocar o Chaosphere, novamente, na ativa?
André Lyra: Desde 2008, quando a banda acabou, continuei a compor ativamente. Os nossos fãs sentiam-se frustrados pelo fato do Chaosphere ter encerrado as atividades assim que gravou o seu primeiro disco, sem ter feito sequer um show oficial de lançamento do álbum – eu também me sentia assim. Parei para analisar o material que tinha composto, e cheguei a conclusão que era como se o Chaosphere ainda existisse, só precisava das pessoas certas para compor o grupo. No geral, a essência estava viva e esse foi o ponto principal que me levou a acreditar nessa volta.
HM: A volta oficial, nesse sábado, promete ser especial. Como partiu essa ideia? O que o publico poderá esperar nessa apresentação?
André Lyra: O show do dia 21 será muito especial para nós. Além de ser o show do "fim do mundo" (risos), é o show da volta da banda. A ideia de organizarmos esse festival foi conjunta entre a produtora/parceira Alive, que tem grande know how em shows de heavy metal, e a banda. Eu havia criado o conceito e organizado o primeiro Chaosfest, que foi um evento de sucesso no passado, além de importante tanto para as bandas que participaram quanto para o público. Finalmente resolvermos dar vida a segunda edição do evento, convidando grandes bandas do cenário metálico recifense, grupos novos e o Shadowside de São Paulo, que vem numa trajetória ascendente. Toda essa mistura parece ser muito interessante para todos. Estamos empolgados e, com relação a nossa apresentação, a audiência pode esperar muita energia, clássicos da banda, material novo e algumas surpresas. Garanto: será imperdível!
"No geral, acho que será um período frutífero para a banda. A nossa maior pretensão é gravarmos o segundo disco do Chaos' em 2013. Que venha logo o "fim do mundo" (risos)!"
HM: Atualmente, você executa os vocais e, agora, toca guitarra (nos primórdios, Lyra foi apenas baixista). O que causou essa mudança?
AL: Apesar de ser um baixista por natureza, eu sempre compus as músicas da banda na guitarra. Gosto do instrumento, apesar de não ser um expert. Bem, cheguei a fazer um projeto intitulado Evilgeist, onde, além da guitarra, me aventurei nos vocais. Fui ganhando confiança com o tempo e com a pratica. Quando fizemos o show com o Dr Sin, em 2011, e cantei algumas músicas do Chaosphere, percebi que tinha capacidade de assumir definitivamente os vocais na banda.
HM: Apesar de não ter sido lançado oficialmente, o disco 'Hell is Here' recebe, até hoje, boas críticas. E agora, como será o novo direcionamento da banda? Quais as pretensões da banda para 2013?
AL: O "Hell is Here" é um trabalho do qual me orgulho muito. Posso dizer que é um disco que ouço como fã. Bom, após o show, vamos focar na gravação de um EP – a ser lançado logo no início de 2013. Tenho muitas composições prontas e os novos membros (Artur Lira, na bateria; Lucas Reis, na guitarra; Leonardo Cabral, baixo) são muito participativos também. Queremos fazer muitos shows e ir mostrando paulatinamente as novas composições do Chaosphere. No geral, acho que será um período frutífero para a banda. A nossa maior pretensão é gravarmos o segundo disco do Chaos' em 2013. Que venha logo o "fim do mundo" (risos)!
"Eu vejo que surgiram muitas bandas novas e que são, também, boas. Esses grupos estão mais profissionais, de uma maneira geral, e soando ultra bem ao vivo. Isso não acontecia com frequência antigamente."
HM: Como está a relação da banda com os antigos membros? Algum deles já manifestou apoio em relação a volta do Chaosphere?
AL: Dos 548 membros que passaram pelo Chaosphere, sou amigo da maioria deles e tenho grande admiração por todos. Antonio (Araújo, ex-vocalista e guitarrista da banda) expressou grande satisfação com esse retorno e, se estiver em Recife na ocasião do show, irá comparecer. Antonio me acompanhou desde o início do Chaosphere, então é realmente uma opinião muito importante e que me deixa feliz. Gostaria que todos os ex-membros se sentissem assim e comparecessem no show.
HM: Aproveitando, quais motivos levaram a separação da banda e, consequentemente, esse período em hiato?
AL: Resumidamente, desgaste, aliado a imaturidade. Todos nos dedicamos a outros afazeres (família, filhos, trabalho, etc.) nesse período de hiato.
HM: Desde o primeiro Chaosfest, o que mudou no cenário pernambucano?
AL: Houveram muitas mudanças. Eu vejo que surgiram muitas bandas novas e que são, também, boas. Esses grupos estão mais profissionais, de uma maneira geral, e soando ultra bem ao vivo. Isso não acontecia com frequência antigamente. Com relação ao público, noto que diminui. Tem muitas caras novas, o que é bom, mas a assiduidade nos shows não é a mesma. Espero que esse show ajude a dar uma sacudida na cena e convido todos a prestarem atenção nas novas bandas (Dune Hill, Dreamon e Face of Dreams) que irão se apresentar no Chaosfest!
HM: Para encerrar, conte-me um pouco sobre o conceito da nova composição da banda, a Mission 666.
AL: A letra trata da metamorfose que há na mente de um soldado que vai para a guerra (se sentir bem quando se faz o mal) e o quão a sua identidade tem que ser deixada de lado, em prol da vitória no campo de batalha. Fala também de quem joga os três dados e sempre acerta a combinação (risos). No instrumental, dei pinceladas em homenagem a duas bandas geniais que sempre me inspiraram: Death e Immortal.
HM: André, agradeço pela entrevista!
AL: Muito obrigado pela entrevista Thiago! Que o Hangover tenha vida longa! Convido todos os headbangers de Recife para o Chaosfest. Tenho certeza que será uma noite memorável para todos. See you.
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Tive o prazer de conhecer o álbum Hell is Here e como já comentei com o Thiago várias vezes, achei foda demais e nunca aceitei que não continuaram depois daquilo...hehehe..
ResponderExcluirFiquei contente quando soube da volta da banda,espero que lancem logo um álbum novo e que seja tão bom quanto o anterior.