35 anos. Desde "Never Say Die!", de 1978, longos anos passaram-se desde a última participação de Ozzy Osbourne no Black Sabbath. As inúmeras reviravoltas do grupo britânico – incluindo novas abordagens e, claro, vocalistas – aconteceram de forma paralela ao voo solo de Osbourne após sua saída definitiva. Ao menos, agora, não mais definitiva – desconsiderando as reuniões ao vivo, claro.
Em 2011, finalmente uma das maiores lendas do rock britânico anuncia um regresso com sua formação original. Verdade seja dita: quase original; problemas de diversas naturezas afastariam o lendário baterista Bill Ward da nova e aguardada reunião. Um grande empecilho? Para muitos, sim. Mas não o suficiente para impedir o nascimento de um novo álbum, "13".
Anúncios e declarações dos três membros remanescentes – Ozzy Osbourne (vocais), Tony Iommi (guitarra) e Geezer Butler (baixo) – já denunciavam: havia grande interesse em resgatar a aura (e essência) dos discos clássicos, da fase setentista, em "13". Produzido pelo veterano Rick Rubin (Slayer, Red Hot Chili Peppers, Metallica, etc.), desde sua concepção inicial o álbum apontava para esta direção. Mas, na prática, como seria o resultado?
A primeira faixa ("End of the Beginning"), logo traz a aura maquiavélica sob os riffs de um Iommi inspirado e uma condução concisa do baterista Brad Wilk (Rage Against The Machine) – sem dúvidas, lembra bastante o estilo do próprio Bill Ward. O desenvolvimento da faixa logo revela seu parentesco com a seminal "Black Sabbath", pois a composição desenrola-se de forma similar. Todavia, é em seus minutos finais que a música finalmente ganha vida própria: a conclusão mais melódica e, porquê não, inspirada de Ozzy Osbourne em conjunto com a guitarra de Iommi e o baixo de Butler fazem a diferença.Já conhecida do público, 'God is Dead?' traz elementos menos arrastados – leia-se, menos doom – sob uma letra com bases niilistas. Aqui é onde, talvez, podemos encontrar mais elementos modernos no registro. Além disso, a canção traz riffs interessantes – embora um deles remeta "Hole in the Sky", por exemplo – e sessões inspiradíssimas de linhas de baixo do veterano das quatro cordas Geezer Butler. No entanto, as viagens setentistas seguem em "Loner" – com uma pegada rock n' roll a lá 'N.I.B' – e na psicodélica 'Zeitgeist'.
Esta última caracteriza-se por ser uma espécie de reedição – de muito bom gosto, por sinal – da clássica 'Planet Caravan'. Assim como em "End of the Beginning", a canção toma mais identidade em sua conclusão (onde assume ares mais 'baladescos', digamos) e convence sem soar forçada. No geral, uma excelente música.
Com introdução cativante de Wilk, 'Age of Reason' inicia a segunda metade do disco em nível alto. Desnecessário falar da qualidade e pegada dos riffs de Iommi, certo? Porém, aqui o mestre da guitarra pesada se supera, também, em um inspirado solo de guitarra – não que os outros solos do disco sejam ruins, mas aqui há um nítido destaque. E os riffs de Iommi continuam com tudo: "Live Forever" possui um arsenal suficiente para confortar os fãs do músico. Além das guitarras, Osbourne entrega um dos refrões mais marcantes e, ao mesmo tempo, soturnos de "13".
Concluindo o disco, a excelente 'Damaged Soul' traz de volta a aura do dito blues britânico e pesado que o Sabbath tanto evocou no início de sua carreira. Sem dúvidas, uma das melhores faixas do trabalho e que, também, traz de volta a velha harmônica de Ozzy – a propósito, alguém lembrou de 'The Wizard'? Realizando, de fato, a conclusão do álbum, "Dear Father" convence em um refrão grudento e uma finalização apoteótica de riffs que logo emendam a sinos, sons de chuva e trovoadas – honestamente, haveria uma melhor conclusão?
No geral, "13" é um trabalho convincente, agradável e nostálgico... muito nostálgico. Surpreendentemente, na maioria das vezes, a maneira como os músicos trabalharam as referências não soa irritante, forçada. Tudo flui num clima de comemoração e homenagem a própria carreira; afinal, esses músicos criaram uma das principais bases para o heavy metal, como censurar isso?
Resta-nos apenas dar play e celebrar a boa vontade desses senhores que, apesar de tudo, ainda não desistiram daquilo que sabem fazer de melhor: música pesada. Sim, refiro-me a tradicional música pesada e sabática de Birmingham.
"Damaged Soul" ; "Age of Reason" ; "Zeitgeist"
Formação:
Ozzy Osbourne – vocal, gaita
Tony Iommi – guitarra
Geezer Butler – baixo
Brad Wilk – bateria Tracklist:
1. End of the Beginning 08:07
2. God Is Dead? 08:54
3. Loner 05:06
4. Zeitgeist 04:28
5. Age of Reason 07:02
6. Live Forever 04:49
7. Damaged Soul 07:43
8. Dear Father 07:06
Nem nas melhores expectativas eu imaginaria que iriam lançar um álbum tão bom!!! Quando lançaram o The Devil You Know, com o Dio, esperei por um puta álbum, mas veio algo "mediano", então não criei muitas esperanças quando ao "13", mas por sorte me enganei, e lançaram algo tão bom quanto os álbuns da década de 70. A principio viciei em Loner, mas hoje, a cada escutada, vejo que todas são realmente boas, incluindo as bônus.
ResponderExcluirCara, eu realmente gosto do The Devil You Know. Digamos que o álbum cresceu com o passar do tempo. Recomendo que você dê uma chance.
ResponderExcluirOutra: possivelmente vou add um parágrafo aí sobre as bônus. (:
Vou "desenterrar" o H&H então, conferir ver se hoje acho melhor...hehehe. Verdade, as bônus merecem, hoje curto tanto quanto as do álbum.
ResponderExcluirÓtima resenha de um ótimo álbum.
ResponderExcluirLFS
Nao precisa aceitar nao, mas esse blog morreu????...cade as resenhas, porra!!!????!!!.... =D
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