Após dois anos, finalmente os paulistas do Claustrofobia voltaram as terras pernambucanas. Atualmente, o quarteto de thrash/death metal - formado por Marcus D'Ângelo (vocais, guitarra), Alexandre de Orio (guitarra), Daniel Bonfogo (baixo) e Caio D'Ângelo (bateria) - vem divulgando o seu mais recente trabalho, o álbum intitulado "Peste".
Os paulistas de Leme sempre arriscaram algumas composições em português, é verdade; mas nunca, até então, um álbum inteiro focado no idioma nacional - como é o caso de "Peste". Mantendo a tradição, o disco é carregado de críticas ácidas, em meio ao caos sonoro (caosfera?), e possui inclusões rítmicas de samba em alguns riffs - cortesia do guitarrista Alexandre de Ório, acredito - e levadas de bateria.
Os paulistas de Leme sempre arriscaram algumas composições em português, é verdade; mas nunca, até então, um álbum inteiro focado no idioma nacional - como é o caso de "Peste". Mantendo a tradição, o disco é carregado de críticas ácidas, em meio ao caos sonoro (caosfera?), e possui inclusões rítmicas de samba em alguns riffs - cortesia do guitarrista Alexandre de Ório, acredito - e levadas de bateria.
Independente ao novo direcionamento, o trabalho vem se mostrando um divisor de águas na carreira do grupo. Neste último sábado (28), os recifenses tiveram a oportunidade de conferir boa parte das faixas que compõe "Peste".
Logo após uma breve introdução, Marcus cumprimenta o público e, para surpresa geral, o peso do saudação do Claustrofobia é interrompido por uma ingrata queda de energia. O problema foi sanado em alguns minutos, com devidas explicações, e a banda seguiu sua apresentação emendando a faixa-título do novo trabalho - já mostrando o quanto Caio D'Ângelo 'destruiu' nas gravações de 'Peste' - e "Metal Maloka" - uma espécie de hino com o termo criado pela própria banda como definição de sua música.
Fotos: Valterlir Mendes Marcus D'Âangelo e Daniel Bonfogo. |
Como já falei em ocasiões anteriores, a acústica do Burburinho não privilegia muito a música pesada: em determinadas partes da casa, assistir o show - pelo fato do palco ser muito baixo - e ouvir certos trechos com definição se tornariam um verdadeiro desafio. Independente disso e de outros pormenores, o público animou-se deveras, principalmente após a execução de faixas mais antigas como "Thrasher" e "Condmened", demonstrando sua felicidade em algumas rodas.
Todavia, como o próprio Marcus enfatizou, a turnê de divulgação é do disco novo... portanto, 'tome lá' composições recentes! Os gritos do finado Alborghetti introduziriam uma das melhores do novo disco, "Bastardos do Brasil". Como de praxe, a música é bastante ácida e possui frases marcantes, grunhidas com extrema fúria, por Marcus - filhos do Brasil... acreditem se quiser, o futuro não se resume a o rabo de uma mulher.
"War Stomp" - uma das melhores composições do grupo, em minha opinião - ainda seria tocada mostrando o excelente entrosamento da banda e os ótimos vocais de apoio do baixista Daniel Bonfogo. Essa composição mostra toda a influência do metal extremo no som do Claustrofobia, aliás.
Do álbum "Peste", ainda seriam lembradas as músicas "Pino da Granada" - introduzida com uma fala de Marcus sobre soltar sua fúria -, "Alegoria de Sangue" - essa faixa, a princípio, emprestaria seu nome ao disco recente - e, anunciada ironicamente como uma canção lenta, a grooventa "Vida de Mentira".
Durante a apresentação, Marcus D'Ângelo ainda anunciaria aos presentes a gravação de um DVD do Claustrofobia - provavelmente no "Peste Fest" (festival em São Paulo que será organizado pela banda). "Quero ver quem vai ter a moral de descer pra lá, heim.", finalizou Marcus D'Ângelo.
Contudo, o momento que o público realmente instigou-se foi no trecho final do show; incluindo uma devastadora versão de "Arise" (Sepultura) - tendo seu refrão anunciado como uma fala de Max Cavalera -, o quarteto ainda executaria faixas clássicas como "Terror and Chaos" - como a finalização dessa música é matadora! -, "Paga-Pau" - encerrando o show - e, surpreendendo à todos, "Selva Urbana".
Alexandre de Orio |
Abrindo um "parênteses" sobre 'Selva Urbana'
Pouco antes do show, conversei com Valterlir Mendes (admin. do site Recife Metal Law) e comentamos sobre essa música que é excelente e, às vezes, pouco lembrada. Quando Marcus anunciou que ela estava fora do setlist, estranhei o fato. Entretanto, acabei sabendo, uns dias depois, que tocaram a música por insistência de Mendes em frente ao palco. Boa, cara!
Após a execução de "Paga-Pau", o sample do "samba-metal-progressivo-thrash-death", 'Nota 6,66', denunciara o fim da apresentação do Claustrofobia. Embora tenha acontecido muitas tretas - pegando emprestado o termo paulistano usado por Marcus -, a performance dos caras foi energética e vigorosa - como de praxe, aliás. Infelizmente, o público não compareceu como esperado e problemas com a abertura e o desenrolar do evento deixaram alguns presentes, eu estou incluso, um tanto inquietos e desconfortáveis.
No mais, excelente apresentação. Claro, sempre faltam algumas músicas, mas o setlist fora bem distribuído representando bem as melhores músicas de "Peste" - fato este que deixou claro o quanto o está sendo bem recebido. Só espero revê-los sob condições de palco e sons superiores. Vamos ver.
Abertura:
A apresentação do show foi feita pela novata Kannibale (PE) e pelos baianos do Devouring. A primeira é uma banda iniciante, focaram-se em covers, e executou um som calcado no thrash e heavy metal; já a segunda surpreendeu com um death metal realmente brutal e conciso. Por problemas ocorridos no dia da apresentação - na verdade, minutos antes -, os pernambucanos da Desalma resolveram não tocar, como foi previsto, no evento. Uma pena o que aconteceu, mas não irei me alongar falando sobre isso nesta resenha.
A apresentação do show foi feita pela novata Kannibale (PE) e pelos baianos do Devouring. A primeira é uma banda iniciante, focaram-se em covers, e executou um som calcado no thrash e heavy metal; já a segunda surpreendeu com um death metal realmente brutal e conciso. Por problemas ocorridos no dia da apresentação - na verdade, minutos antes -, os pernambucanos da Desalma resolveram não tocar, como foi previsto, no evento. Uma pena o que aconteceu, mas não irei me alongar falando sobre isso nesta resenha.
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Legal ver que os caras estão na ativa depois de tanto tempo. A questão de problemas em casas de shows parece que nunca vai mudar mesmo...hehehe....mas ainda sim, pelo jeito, a banda mostrou que isso nao atrapalhou o show e mostrou pra que veio.
ResponderExcluirMuito boa resenha, Thiago! Parabéns!
ResponderExcluirPo, valeu! E, novamente, obrigado por ter deixado eu usar as fotos.
Excluir@Fernando
Sim, infelizmente rolou todos aqueles problemas e o público, também, ficou meio confuso. Esqueci de mencionar, na resenha, que o Marcus agradeceu muito o apoio e respeito do público.